Os benefícios de um estilo de vida saudável

Doenças cardiovasculares, obesidade e câncer. O que possuem em comum?

Além de crescerem em números alarmantes no mundo, estão cada vez mais relacionadas aos hábitos de vida que escolhemos. O benefício de um estilo de vida saudável é o foco do Estudo Advento, um estudo brasileiro pioneiro que vem revelando a relação entre vários hábitos de saúde, como a dieta vegetariana e qualidade de vida.

Texto: Felipe Lemos

Edição: Priscila dos Anjos

Design: Paula Pereira e Henrique Müller

Quando se ouve a palavra epidemia, logo a relacionamos com a proliferação de um vírus ou bactéria. Mas hoje no Brasil as doenças crônicas matam mais do que as epidêmicas.

Essas doenças estão associadas ao modo como as pessoas comem, vivem e repousam. Por esse motivo, quem não cuida da alimentação, não pratica esportes e mantém um ritmo de trabalho exaustivo deve ficar atento, pois possui o chamado “comportamento de risco”: quando não há preocupação com o estilo de vida. Esse tipo de comportamento pode agravar indicadores como níveis de pressão arterial, colesterol e taxa de açúcar no sangue.

Para diminuir os fatores de risco é preciso mudar os hábitos alimentares prejudiciais, evitando a ingestão de alimentos com alta densidade calórica, e adotar uma rotina mais saudável de alimentação incluindo regularmente verduras, legumes e frutas. Essa mudança deve ser aliada a atividades físicas, que são indispensáveis para colaborar no equilíbrio entre o consumo e o gasto de energia.

Segundo dados de 2014 do Ministério da Saúde, hipertensão, diabetes, câncer e doenças cardiovasculares, respondem por 72% dos óbitos no país.

Câncer

Hoje os especialistas alertam que o aparecimento do câncer está cada vez mais associado ao estilo de vida moderno. Segundo o estudo A situação do câncer no Brasil, realizado pelo Instituto do Câncer (INCA), a interação entre a genética e os fatores resultantes do modo de vida e do ambiente determinam o risco do adoecimento. No Brasil, os casos da doença devem aumentar 38,1% ao longo desta década, passando de 366 mil casos diagnosticados em 2009 para mais de 500 mil casos em 2020, de acordo com o artigo Planejando o controle do câncer na América Latina e no Caribe, da revista Lancet Oncology. O relatório também adverte que os latino-americanos possuem comportamentos considerados de risco em relação ao câncer, como o sedentarismo, a alimentação menos saudável e o consumo maior de cigarros e de álcool.

Obesidade

Enquanto o índice de desnutrição vem caindo no Brasil, identifica-se o crescimento do número de obesos e o aumento doenças relacionadas à alimentação. Atualmente estima-se que existam 2,1 bilhões de pessoas obesas ou com sobrepeso, no mundo. No Brasil, de acordo com os dados do Estudo Vigitel, do Ministério da Saúde, 52,5% da população está acima do peso ideal . Ainda de acordo com o mesmo, o excesso de peso tende a aumentar com a idade. Jovens registram 38% e pessoas de 45 a 64 anos, 61%. Estes dados são comparáveis às nações industrializadas (ou seja, que adotam uma alimentação rica em produtos refinados e processados) e estão acima da média mundial.

30% da população mundial está obesa ou com sobrepeso

O sobrepeso é caracterizado por um
índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 25 e menor que 30.
Já a obesidade caracteriza-se por IMC maior ou igual a 30.
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Para a sua altura, o peso ideal está entre: 46kg e 62kg

Classificação Situação
Abaixo de 17 Muito abaixo do peso
Entre 17 e 18.49 Abaixo do peso
Entre 18,5 e 24,99 Peso normal
Entre 25 e 29,99 Acima do peso
Entre 30 e 34,99 Obesidade I
Entre 35 e 39,99 Obesidade II (severa)
Acima de 40 Obesidade III (mórbida)
  • População brasileira
    em 2014:
    • Acima do peso

      52,5%
      acima do peso

    • Obesos

      17,9%
      obesos

  • Obesidade entre
    a população brasileira:
    • Jovens

      8,5%
      18 a 24 anos

    • Adultos

      22%
      35 a 44 anos

  • Óbitos associados a
    fatores de risco (2008):
    • Falta de
      atividade física
      3,2 milhões
    • Dieta não saudável 1,7 milhões
    • Colesterol alto 2,6 milhões

Há estudos na medicina que abordam a questão genética e a dificuldade metabólica dos indivíduos como causa da obesidade e do sobrepeso, mas hoje grande parte das pesquisas mostram que maior causa da obesidade está relacionada aos hábitos de vida, em especial, à alimentação. A nutricionista Odete Santelle afirma que “o desenvolvimento de doenças crônicas está relacionado ao crescimento do consumo de alimentos industrializados e ricos em gorduras e açúcares, uso de bebidas alcóolicas cada vez mais cedo pelos adolescentes e jovens e estresse relacionado à vida nas grandes cidades”.

Para a pesquisadora esse problema pode ser diminuído com investimento em educação para a qualidade de vida, com o estímulo para a promoção da saúde como um fator de bem estar.

“O desenvolvimento de doenças crônicas está relacionado ao crescimento do consumo de alimentos industrializados e ricos em gorduras e açúcares, uso de bebidas alcóolicas cada vez mais cedo pelos adolescentes e jovens e estresse relacionado à vida nas grandes cidades”
Odete Santelle, nutricionista, pesquisadora

e doutora pela FSP/USP.

Qualidade de vida

A obesidade e o desenvolvimento de doenças crônicas estão muito relacionados com estilo de vida. A qualidade de vida é o conjunto de comportamentos e condições que as pessoas escolhem ter, como o hábito de ingerir água, de se expor ao sol para absorção de vitaminas, tempo de repouso, prática de exercícios físicos e alimentação equilibrada.

Blue Zones

No mundo, existem algumas regiões com concentrações de população que possuem maior longevidade, com muitos de seus habitantes vivendo acima dos 100 anos, em consequência de hábitos de vida saudável. Essas áreas foram nomeadas de Blue Zones pelos cientistas. São pelo menos cinco espalhadas por diferentes continentes, e todas têm uma característica em comum: ali se vive mais e melhor.

  • Loma Linda Califórnia
  • Nicoya Costa Rica
  • Sardenha Itália
  • Icaria Grécia
  • Okinawa Japão

Um desses lugares é a pacata região de Loma Linda, no sul da Califórnia, Estados Unidos. Os cerca de 20 mil habitantes da região têm uma grande expectativa de vida, que pode chegar a mais de 90 anos de idade. Pesquisas realizadas há vários anos nessa região indicam que os habitantes de Loma Linda, maioria fiéis da Igreja Adventista do Sétimo Dia, vivem até dez anos a mais do que a média dos americanos (79 anos), e chegam à idade avançada com uma saúde melhor. Os cientistas têm acompanhado esses simpáticos velhinhos de Loma Linda e constataram que o estilo de vida desses longevos faz toda a diferença.

Eles caminham mais, desenvolvem hábitos simples, dormem cedo e, além de tudo isso, mantêm uma dieta vegetariana e com pouquíssima ingestão de produtos industrializados.

Estudo Advento

Mas será que o Brasil também tem uma representação dessa população? Pessoas que possuem comportamentos saudáveis, e acabam ficando menos suscetíveis a várias doenças consideradas evitáveis? Bem, essas são perguntas que passaram a ser perseguidas desde 2013 por profissionais interessados em saúde preventiva.

Um estudo inédito realizado em São Paulo, exatamente nessa linha, já apresenta os primeiros resultados. O Estudo ADVENTO (Análise da Dieta e Hábitos de Vida na Prevenção de Eventos Cardiovasculares em Adventistas do Sétimo Dia) investiga um total de 1400 membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Estado de São Paulo, divididos de acordo com o regime dietético: não vegetarianos, lacto-ovo-vegetarianos, e vegetarianos estritos.

Um núcleo de estudos também já funciona na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, já incluiu em torno de 300 participantes adventistas e leva em conta a realidade dessa região.

Quem Faz?

O Estudo Advento conta com pelo menos 20 profissionais de diferentes áreas entre Medicina, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia, Odontologia, Biologia Molecular, Biomedicina, Educação Física e Fisioterapia e é financiado pelo Fundo de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), aliado ao investimento do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo.

“Esse estudo pode representar um marco em direcionar
 os conceitos de uma melhor saúde física e mental em
alguns hábitos simples que já demonstraram impacto na saúde e longevidade de indivíduos em todo o mundo.”
Dr. Everton Padilha Gomes, coordenador geral do Estudo Advento

Perfil dos voluntários

Foram incluídas pessoas entre 35 e 74 anos, de ambos os sexos, em dieta
há pelo menos um ano em um dos grupos:

Alimentação Não vegetarianos (onívoros) Alimentação Ovo-lacto-vegetarianos Alimentação Veganos
  • Não vegetarianos (onívoros)

    Quem inclui alimentação animal em sua dieta, bem como leite e ovos.  Geralmente os adventistas inclusos nesta classe se alimentam de fontes animais de acordo com os preceitos de Levítico 11 (evitam carne de porco e peixes sem escamas, bem como a ingestão de gordura animal e sangue).

  • Ovo-lacto-vegetarianos

    São pessoas que não se alimentam de nenhum tipo de carne (não comem carne vermelha ou branca, seja de boi, frango, peixe ou alimentos processados derivados dessas carnes).  Porém incluem leite, ovos e derivados em sua dieta.

  • Vegetarianos estritos

    Pessoas que não se alimentam de nenhuma fonte animal (ou seja, não comam nenhum tipo de carne, seja de boi, frango, peixe, ou derivados). Adicionalmente estas pessoas não utilizam nenhum tipo de laticínios ou ovos em sua dieta.

O que já se constatou?

Segundo o cardiologista Everton Padilha Gomes, coordenador geral do Projeto e médico assistente do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, os resultados preliminares sugerem uma melhor performance dos que mantém a dieta vegetariana estrita e a dieta ovo-lacto-vegetariana em relação a uma dieta não vegetariana em diferentes indicadores.

“Esses bons resultados se dão em relação ao índice de massa corpórea (IMC), medida de cintura abdominal, indicadores de colesterol total, colesterol HDL, colesterol LDL, glicemia de jejum e hemoglobina glicosada”.
Dr. Everton Padilha Gomes
  • 20%

    Diminuição 20% no IMC Nos vegetarianos estritos e 09% ovo-lacto-vegetarianos

    Diminuição 9% da circunferência abdominal dos vegetarianos estritos x não vegetarianos e 5% dos ovo-lacto vegetarianos x não vegetarianos.
  • 11,8%

    Colesterol total

    Nos vegetarianos estritos
  • 6%

    Diminuição 6% colesterol total nos ovo-lacto vegetarianos

  • 15,30%

    Diminuição 15,30% no LDL colesterol entre Vegetarianos estritos e não vegetarianos

  • 8.8%

    Diminuição de 8.8% no LDL colesterol entre Ovo-lacto vegetarianos e não vegetarianos

  • 21,14%

    Diminuição 21,14% nos triglicerídeos entre vegetarianos estritos e não vegetarianos

  • 11%

    Diminuição de 11% dos triglicerídeos entre ovo-lacto-vegetarianos e não-vegetarianos

  • 6%

    Diminuição de 6% na Pressão sistólica média dos vegetarianos estritos

  • 19%

    Diminuição de 19% na gordura do tronco entre não vegetarianos e vegetarianos estritos e 9% entre não vegetarianos e ovo-lacto vegetarianos

  • 30,69%

    Teste de tolerância oral à glicose

    Vegetarianos estritos
  • 15%

    Teste de tolerância oral à glicose

    Ovo-lacto-vegetarianos
  • 20%

    Função renal

    Nos vegetarianos estritos
    e ovo-lacto-vegetarianos
  • 62%

    Redução de substâncias
inflamatórias

    Nos vegetarianos estritos
    e ovo-lacto-vegetarianos

Mudanças em nível microscópico

O estudo ADVENTO teve a sofisticação de procurar respostas para o que pode proporcionar uma boa saúde cardiovascular e menor incidência de doenças crônicas em todos os níveis. Entre os exames realizados, um teve grande relevância: A análise da microbiota intestinal. Analisar a composição da microbiota intestinal de Adventistas do Sétimo Dia com diferentes hábitos alimentares e associá-los a marcadores de inflamação subclínica e de resistência à insulina, foi o objetivo da tese de doutorado da nutricionista Ana Carolina Franco de Moraes, defendida em março de 2016 na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. O estudo mostra que a microbiota intestinal parece representar um elo relevante entre a alimentação humana e a predisposição a doenças cardiometabólicas.

O trato gastrointestinal humano, especialmente o cólon, é densamente povoado por microorganismos. “A este ecossistema, dá-se o nome de microbiota intestinal, que se estima conter 100 trilhões de microrganismos, número dez vezes maior que a quantidade de células humanas”, explica a nutricionista. “A microbiota de cada pessoa é única, parte geneticamente definida, mas também por outros fatores como o modo de nascimento (cesariana ou parto normal), amamentação, idade, uso de antibióticos e dieta”.

As bactérias têm papel fundamental para a manutenção da saúde, estando envolvidas não apenas na digestão de alimentos, regulação energética, síntese de vitaminas e produção de ácidos graxos de cadeia curta, mas também na proteção contra patógenos e na modulação do sistema imune. “Há fortes evidências de que a composição da microbiota intestinal pode estar associada à ocorrência de doenças cardiometabólicas e doenças gastrointestinais”, diz Ana Carolina. “E ainda, alguns estudos relacionam este ecossistema com alergias e até mesmo alguns cânceres”.

A microbiota intestinal foi obtida por uma análise genética das bactérias presentes nas fezes. Os resultados indicam que os vegetarianos apresentaram uma colonização bacteriana mais favorável, que por sua vez, influencia o perfil de risco cardiometabólico.

Tolerância à glicose

Entre todas as pessoas pesquisadas, quem apresentava tolerância à glicose normal tinha maior abundância de Akkermansia muciniphila do que aquelas com anormalidade na tolerância à glicose. Este achado, somado às evidências da literatura científica, sugere que quanto maior a quantidade desta bactéria, melhor é o metabolismo da glicose. Este foi o primeiro estudo no Brasil a confirmar informações de outros países sobre grupos de bactérias (enterótipos).

Também foram encontradas associações desses enterótipos com hábitos alimentares e concentrações de lípides.

Os dados do estudo são coerentes com o papel da alimentação saudável — rica em verduras, frutas e legumes — em preservar o metabolismo energético mantendo um adequado perfil cardiometabólico. E ainda, a pesquisadora sugere que a dieta dos onívoros — com exposição crescente a alimentos de origem animal — possa impactar negativamente nas proporções de comunidades bacterianas.

Os achados fortalecem a ideia de que a microbiota intestinal parece representar um elo relevante que explica as relações da alimentação humana com a predisposição a doenças cardiometabólicas.

Como funciona a pesquisa?

Os interessados em participar são alocados conforme:

  • nível de escolaridadade
  • sexo
  • dieta

O paciente responde a um questionário que engloba questões relacionadas ao:

  • trabalho
  • vida familiar
  • acesso à educação
  • doenças prévias
  • neurocognição
  • perfil psicológico

São realizados exames laboratoriais ultrassensíveis do sangue, incluindo avaliação de padrões de ancestralidade genética, urina (proteínas e bioquímica) e fezes (microbiota intestinal, ou seja, qual a composição dos microorganismos que fazem parte da flora intestinal do participante).

Exames realizados

avaliação de
ancestralidade genética
Avaliação das
característicasda pele
composição corporal
(bioimpedância)
microbiota intestinal
(composição dos microorganismos que fazem parte da flora intestinal do participante)
Avaliação odontológica
Quantidade de cálcio nas artérias do coração
variabilidade da
frequência cardíaca
mapeamento da pressão arterial proteínas e bioquímica

Corpo, mente e espírito

Para o diretor da área de Saúde da Igreja Adventista, Marcos Bomfim, existe uma conexão direta entre o estado físico e o mental e espiritual do indivíduo. De acordo com essa visão, quanto melhor a saúde física melhor a saúde mental e espiritual. "Por isso temos hospitais e spas que fortalecem essa visão de saúde preventiva, mantemos projetos com todos os fieis e em nossas instituições educacionais e ensinamos princípios com a publicação de livros e revistas", explica.

Você sabe quais são os 8 remédios naturais e para que servem?

  • Alimentação saudável

    Uma alimentação saudável envolve dois aspectos: evitar alimentos que prejudicam o organismo e usar com moderação os alimentos que são benéficos com destaque para a alimentação vegetariana rica em fibras e nutrientes encontrados nos alimentos integrais.

  • Ingestão regular de água

    A água é essencial para transportar alimentos, oxigênio e sais minerais, além de estar presente naquilo que se elimina como suor e lágrimas, no plasma sanguíneo, nas articulações, nos sistemas respiratório, digestivo e nervoso, na urina e na pele.

  • Respiração de ar puro

    É fundamental buscar lugares onde haja ventilação
 em que o ar puro possa ser respirado.

  • Exposição à luz solar

    Uma das principais orientações é que as casas tenham locais de iluminação solar. Às vezes, é necessário remover cortinas, abrir as janelas, suspender persianas para que os raios de sol entrem nos ambientes.

  • Prática de
    exercício físico

    Os adventistas sugerem que as atividades físicas sejam feitas diariamente, pelo menos 30 minutos a cada dia. Há, também, pesquisas recentes que falam que três sessões de
 10 minutos proporcionam os mesmos benefícios
 que uma sessão de meia hora.

  • Repouso

    Além de se dormir o número de horas correta diariamente, é importante reservar um dia da semana para um processo de restauração das relações sociais e familiares, descanso das atividades física e mentais cotidianas e maior conexão espiritual com Deus.

  • Temperança

    Temperança envolve mais do que a abstinência de certos tipos de drogas lícitas ou ilícitas, mas o uso dos remédios naturais de Deus, além de uma vida equilibrada no trabalho, no lazer e nas relações pessoais.

  • Confiança em Deus

    É imprescindível para uma saúde integral de qualidade a vivência de uma religião prática e não apenas a fé nominal. Confiar em Deus é mais do que saber que Ele existe, mas ter um relacionamento de amor com Ele.

Saiba mais sobre os
8 remédios naturais